Quando tomamos uma taça de vinho, não temos muita ideia do que tem por trás deste maravilhoso líquido e quanto tempo e trabalho precisa para ele chegar até você.
Por isso quero compartilhar aqui, a minha percepção de vinho e como começou a minha paixão pela viticultura.
Sempre apreciei vinhos, mas não tinha ideia de realmente como era até morar em Mendoza na Argentina.
A minha viagem para esta cidade não tinha nada a ver com vinhos e não foi projetada nisso, por isso o vinho me escolheu e não eu a ele.
Foi em uma viagem de férias que conheci Mendoza. Ela estava no meu roteiro de uma viagem pela Argentina, Chile e Uruguay e de todos os lugares que visitei, Mendoza foi a que conquistou meu coração.
Ao passear pelas ruas, vi que ali não era qualquer lugar, era mágico, uma cidade totalmente arborizada, tranquila, limpa, com lindas casas, muitos bares e restaurantes e ali decidi voltar em outras férias, mas as férias se tornaram 10 anos de residência.
Como o vinho me escolheu?
Foi no meu primeiro trabalho em um restaurante em Mendoza que eu me interessei pelo vinho como profissão. Em um verão de 40 graus neste clima deserto da Pré Cordilheira, que eu vi os vinhos abandonados no fundo de um restaurante e eu decidi cuidar deles e também aprender sobre eles.
Foram diversos cursos de curta duração, até eu ingressar em dois cursos de formação, que foram os de Assessoria de Vinhos com 1 ano de duração que foca nas vendas e marketing do vinho e o de Sommelier com 2 anos de duração.
As primeiras aulas em ambos os cursos foram de geografia vitivinícola e degustação profissional e ali vi que estes dois assuntos não podiam andar sozinhos e decidi conhecer mais sobre o famoso “terroir” e seus aromas e sabores.
Tendo como professores enólogos e engenheiros agrônomos, que faziam vinhos e transmitiam esta paixão para seus alunos, não tinha como não se apaixonar também pela viticultura.
Com isso vi que o vinhedo era onde eu queria estar, nas montanhas entre videiras acompanhando cada ciclo vegetativo e entendendo todo o processo.
Como sempre fui apaixonada por viagens e vinhos, depois de alguns anos, decidi unir estas minhas duas paixões e criei uma consultoria de enoturismo e durante seis anos me dediquei a elaborar roteiros personalizados pelas regiões vitivinícolas.
A volta ao Brasil veio com a ideia de comunicar o vinho da mesma maneira que aprendi, de maneira leve e sem regras exorbitantes.
Nos países produtores, o vinho é visto como um alimento e não um artigo de luxo. Ele deve ser para todos e desfrutado em todos os momentos.
Hoje continuo compartilhando a minha paixão como sommelier conteudista na Interfood/Todovino escrevendo sobre vinhos, dicas de harmonização e claro, sobre viticultura.
Desenhando meus mapas vitivinícolas e com uma boa taça de vinho na mão, sou feliz!
Fique de olho nos próximos posts para saber mais desse mundo incrível!